Sementes melhoradas de milho, feijão, mandioca e algodão serão distribuídas a comunidades quilombolas do semi-árido do estado de Pernambuco. Desenvolvidas pela Embrapa -Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, as sementes possuem maior qualidade nutricional e são mais produtivas.
O termo de cooperação para implementação do projeto “Semente Crioula- Resistência Quilombola: Soberania Alimentar na Caatinga” foi assinado nesta quinta-feira (09/04) pela Embrapa e a SEPPIR - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O objetivo do projeto é contribuir para a melhoria da alimentação das comunidades quilombolas no Brasil. Inicialmente, serão atendidas as comunidades de Conceição das Crioulas, Contendas e Santana (no município de Salgueiro), e Jatobá e Santana (município de Cabrobó).
Segundo estudos da Embrapa, que já fez levantamentos e trabalhos de base nesses locais, 52% da população negra das cinco comunidades se encontram “em situação de insegurança alimentar”. A participação da Empraba no projeto será voltada para a melhoria do sistema genético das sementes, principalmente do milho, do feijão, da mandioca e do algodão. Com o passar dos anos, essas sementes foram perdendo qualidade e produtividade. Além disso, a Embrapa vai atuar no resgate das espécies tradicionalmente consumidas na região, o enriquecimento do acervo das espécies cultivadas, consumidas e comercializadas pelas comunidades, com a incorporação de tecnologias e produtos desenvolvidos pela empresa pública de pesquisa.
A questão da segurança alimentar é algo fundamental, segundo o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos. “Garantir condições dignas de vida a essa população, não só na questão da segurança alimentar, mas também da titulação, da regularização fundiária, são coisas essenciais que o estado deve garantir a essas comunidades”, afirmou. A SEPPIR, que é responsável pela Agenda Social Quilombola, tem como meta levar dignidade e os direitos da cidadania às mais de 1.700 comunidades quilombolas, localizadas em 22 estados e em mais de 300 municípios brasileiros.
O Programa Semente Crioula deve ser levado a outras comunidades quilombolas, depois de estar consolidado no sertão de Pernambuco. “A partir daí, vamos verificar o impacto para ver a possibilidade de reproduzi-lo em outras áreas”, finalizou Santos.
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