Pesquisadores da empresa Fermentec - Assistência Técnica em Fermentação Alcóolica - de Piracicaba, SP, conseguiram por meio de uma planta piloto produzir etanol reduzindo o volume da vinhaça pela metade. O resultado foi obtido graças ao aumento do teor alcoólico na fermentação.
A pesquisa vem sendo realizada há quatro anos pela Fermentec em projeto piloto na Usina da Pedra, em Serrana, SP, em parceria com a Esalq/USP.
Atualmente, as usinas no Brasil trabalham com teor alcoólico entre 8% e 10%, emitindo de 10 a 12 litros de vinhaça por litro de álcool produzido. Nesta pesquisa foi possível fazer a fermentação com 16% de teor alcoólico sem prejudicar o rendimento e com produção de seis litros de vinhaça por litro de álcool. Se as 385 destilarias do país diminuíssem em 50% a produção de vinhaça representaria uma redução de 160 bilhões de litros do resíduo por ano. Segundo a Fermentec, a economia na usina com o alto nível de fermentação pode chegar a R$ 4 por tonelada de cana moída.
A vinhaça, ou vinhoto, é um resíduo que sobra na destilação do etanol. Desde a década de 70, sua aplicação como fertilizante vem sendo estudada e hoje é amplamente utilizada como adubo nas lavouras de cana-de-açúcar.
Ainda de acordo com a Fermentec, além da economia no transporte da vinhaça em caminhões tanque e na fertirrigação, o alto teor alcoólico diminui o uso do vapor. Na coluna de destilação, o álcool é extraído em forma de vapor para depois ser condensado. Como a ebulição da água é a 100ºC e do álcool é de 78ºC, quanto mais álcool tiver mais rápida será a evaporação.
Os gastos com insumos, como os antibióticos, também diminuem, já que se houver uma contaminação a resistência da bactéria em uma grande concentração de álcool é menor. Apenas na fertirrigação, na parte agrícola, considerando um ganho de R$ 2 por tonelada de cana processada, a economia no setor seria de R$ 670 milhões por ano. Já na indústria, a redução do uso do vapor seria da ordem de R$ 425 milhões anualmente nas destilarias.
O vapor economizado na destilação pode ser aproveitado para a produção de mais energia elétrica em usinas que utilizam o bagaço como recurso energético.
Nenhum comentário:
Postar um comentário