Boletim Informativo do Centro de Inteligência do Milho, divulgado nesta sexta-feira (29/05), mostra que a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento - mantém expectativas de exportações para este ano de 8 milhões de toneladas de milho, contra 6 milhões de toneladas do ano passado.
De acordo com os pesquisadores da área de Economia Agrícola da Embrapa Milho e Sorgo, João Carlos Garcia e Jason de Oliveira Duarte, que assinam a matéria de capa do boletim, as perdas na produção de milho na safra de verão têm afetado pouco os preços recebidos pelos agricultores, em decorrência principalmente dos estoques ainda disponíveis.
Nota-se uma reação dos preços no Rio Grande do Sul e no Paraná. Em Santa Catarina e no interior de São Paulo, os preços estão mais estáveis, porém em valores mais elevados do que nos dois estados do Sul.
Do lado da demanda por milho, os pesquisadores observam que a gripe suína praticamente saiu dos noticiários. Embora tenha pouca relação com a produção de carne suína, sempre havia um potencial de afetar o consumo. A Rússia, grande importadora do produto, proibiu importações dos Estados Unidos. Embora isto não faça sentido, tanto a Rússia terá que procurar novos exportadores (o que é positivo para o Brasil) tanto os Estados Unidos terão que procurar novos importadores (o que é negativo).
No fundo, esta reação da Rússia possivelmente tem mais a ver com a busca por autossuficiência no abastecimento interno de carne suína (e a gripe é uma boa justificativa para impor barreiras) do que com preocupações de caráter sanitário.
Quanto ao setor de produção de aves, os pesquisadores observam que a estabilidade continua, com o alojamento de pintos de corte apresentando uma leve redução nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo período de 2008.
Para os pesquisadores, a próxima definição com relação ao milho está nos resultados da safrinha. Já se mostram cada vez mais consistentes os sintomas de quebra no Brasil, com uma redução de cerca de 1,2 milhão de toneladas, segundo a Conab. "Caso estes resultados se confirmem, teremos uma safra total menor em cerca de 7 milhões de toneladas em relação à de 2007/2008. Mesmo assim, o estoque final previsto permanece em níveis elevados, o que pode afetar os preços do milho mesmo no começo do próximo ano", avaliam os técnicos.
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