O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou hoje (25/06) um financiamento de R$ 1,7 milhão para ser aplicado no desenvolvimento de novos materiais renováveis a partir de resíduos do processo industrial de biocombustíveis. O financiamento será concedido à Redetec - Rede Tecnologia do Rio de Janeiro, que reúne 47 universidades, centros de pesquisa e instituições de fomento.
De acordo com o secretário executivo da Redetec, Armando Augusto Clemente, uma das principais aplicações dos resíduos será na indústria aeronáutica. “A Embraer tomou conhecimento do projeto e é uma das interessadas em usar esse tipo de material que você produz por meio desses rejeitos para [fabricar] acessórios de avião, como painéis, por exemplo”.
O projeto será desenvolvido pela empresa Fibra Design Sustentável, que há cerca de dois anos e meio funciona na Esdi - Escola Superior de Desenho Industrial. Clemente esclareceu que parte dos recursos será usada na construção do Laboratório de Materiais Sustentáveis, dentro das dependências da Esdi. Ali serão feitas todas as experiências com os novos materiais gerados por resíduos da produção de oleaginosas, entre as quais a mamona, o pinhão e o girassol.
Outras aplicações dos novos materiais seriam para substitutos de compensados de madeira, de modo a reduzir o impacto na devastação das florestas, e na produção de plásticos para uso desde computadores até o interior de automóveis.
Bernardo Ferracioli, sócio e coordenador de projetos da Fibra Design Sustentável diz que o projeto também apresenta como vantagem a geração de renda para o Nordeste do país. No caso da mamona em especial, destacou que há um descarte muito grande do caule.
Como o programa de biocombustíveis brasileiro tem uma relação muito estreita com a agricultura familiar, Farracioli disse que a idéia é “juntar a universidade com a empresa privada para criar novos materiais e novas fontes de renda para os agricultores familiares”. A tecnologia poderá, inclusive, ser replicada no próprio campo e agregar valor à cultura agrícola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário