A Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) quer que produtores rurais sejam reconhecidos financeiramente por prestarem ações de preservação ambiental. Esse foi o principal assunto debatido na abertura do 8º Congresso da Abag, que ocorreu nesta segunda, dia 10, em São Paulo. O Estado deve sair na frente nessa questão, e promete lançar em breve a lei paulista de pagamento por serviços ambientais.
Em um ponto, todas as autoridades que estavam na abertura do congresso da Abag concordam: enquanto for mais rentável derrubar uma árvore do que preservá-la, a busca pela sustentabilidade será em vão.
— A sustentabilidade esbarra na questão da renda. Só consegue preservar quem tem mais dinheiro — diz o secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio.
É por isso que o governo de SP deve divulgar em setembro a lei paulista de pagamento por serviços ambientais. Quem preservar a água vai receber dinheiro. Parte dos recursos devem vir da cobrança pelo uso da própria água.
A sustentabilidade é um dos temas centrais do congresso. Em entrevista coletiva, a diretoria da Abag defendeu que o agronegócio brasileiro precisa ter um discurso único nesse sentido. Setores produtivo, privado e governo devem falar a mesma língua e deixar de lado ações isoladas.
Para a Abag, a questão da remuneração por serviços ambientais tinha que estar entre as principais propostas que devem ser levadas a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que vai ocorrer em dezembro em Copenhague. Segundo a associação, o Brasil poderia gerar US$ 2 bilhões se serviços como reflorestamento e redução de queimadas também pudessem ser convertidos em crédito de carbono.
O ministro interino de Agricultura, Gerardo Fontelles, disse que o governo federal já vem agindo nesse sentido, concedendo limites maiores de empréstimo a quem preserva o meio ambiente.
Para o ex-ministro Roberto Rodrigues, mais importante do que levar esses temas à conferência da ONU, é que as metas que forem estabelecidas lá sejam, de fato, cumpridas.
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