28 setembro 2009

Produtores de sisal na Bahia buscam novas saídas para crise do setor

Os produtores de sisal na Bahia têm sido prejudicados pela combinação entre a queda nas exportações e a desvalorização do dólar. Para garantir o preço mínimo a eles, a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento – está comprando lotes de sisal. Já estão armazenadas cerca de 20 mil toneladas no interior do estado. Neste contexto, representantes do setor, governo e entidades de pesquisa elaboraram um projeto de valorização do produto e de desenvolvimento de toda a cadeia, o Projeto Setorial Integrado das Fibras Naturais, desenvolvido pelo Sindifibras - Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia - em conjunto com a Apex Brasil.

O PIB do sisal na Bahia foi de US$ 150 milhões em 2008. Deste valor, US$ 100 milhões foram para exportação, seja da fibra bruta ou de produtos manufaturados, como cordas agrícolas. De janeiro a julho desse ano, porém o setor registrou queda de 26% em relação ao mesmo período de 2008. Ao mesmo tempo, o dólar registrou desvalorização de 18%, queda maior que as margens de lucro dos produtores, que varia entre 8% e 10%, segundo o Sindifibras. O preço mínimo do sisal passou de R$ 1,04 para R$ 0,74. A intervenção da Conab garantiu a manutenção do preço anterior e vem dando condições de sobrevivência ao produtor baiano.

Uma das ações previstas no Projeto Setorial Integrado das Fibras Naturais é a pesquisa que garante o aproveitamento de 100% da folha do sisal – as fibras representam apenas 5% da planta. Ela está sendo feita em parceria com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e o FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Os estudos preliminares serão concluídos em seis meses, quando será apontada a viabilidade de mercado do suco do sisal e de seus subprodutos no agronegócio brasileiro.

Foi criado também um selo de certificação, em parceria com o Inmetro e com o Ibametro, para aumentar a produtividade e garantir a qualidade do produto baiano. A modernização de equipamentos é outra meta para o setor. “Para isso, buscamos parceria com a indústria do algodão, que detém tecnologia de ponta”, diz o presidente do Sindifibras, Wilson Andrade. Novas máquinas para a extração da fibra do sisal foram desenvolvidas por pesquisadores da Paraíba e estão sendo financiadas com subsídios do governo.

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