12 outubro 2009

Um novo consórcio que dá certo: milho e leucena

É uma idéia inovadora e os primeiros resultados do experimento, conduzido pelo pesquisador Israel Alexandre Pereira Filho, da Embrapa Milho e Sorgo, mostram rendimentos de grãos superiores a 200% quando a leucena é utilizada como adubo verde na lavoura de milho. Os dados de produtividade foram obtidos em uma área que está há cinco anos sem receber qualquer espécie de controle químico, preservando as características do sistema orgânico de produção.

O resultado é um aumento da produtividade de grãos, maior peso de espigas e controle de plantas daninhas. Estes são os diferenciais do plantio da leucena, leguminosa originária da América Central, consorciado com a cultura do milho.

Nos testes iniciais foram plantadas duas parcelas do milho variedade BR 106, sendo uma intercalada com a leucena. “Em áreas onde o milho foi plantado sozinho, registramos um rendimento de grãos de aproximadamente 963 kg/ha, produtividade baixa ocasionada principalmente pela falta de chuvas. No entanto, quando introduzimos a leucena, alcançamos uma produtividade superior a 2.500 kg/ha”, afirma Israel. Segundo ele, a leucena é uma leguminosa que tem a capacidade de incorporar até 500 kg por hectare por ano do nitrogênio proveniente da atmosfera.

Na cultura do milho, o nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade e o que mais influencia na produtividade de grãos. “Sua absorção estimulada pela leucena permite ainda uma economia no uso do nitrogênio químico, além de evitar prejuízos ambientais, já que o nitrogênio na forma de nitrato é um agente poluidor do meio ambiente”, explica Israel. “Para a agricultura familiar e em propriedades que se dedicam à agricultura orgânica, esta característica é bastante significativa”, pondera.

A leucena pode ser utilizada para forragem, produção de madeira, carvão vegetal e melhoramento do solo. Outro diferencial da planta, segundo o pesquisador, são micorrizas presentes em seu sistema radicular. Micorrizas são associações de fungos com as raízes, capazes de transformar o fósforo inorgânico presente no solo na forma orgânica, podendo ser absorvido pelo milho.

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