26 março 2009

Cientistas encontram novas evidências para origem do cultivo de milho

Grupo de pesquisadores internacionais encontrou evidências que indicam a domesticação do milho há cerca de 8.700 anos, no México, a mais antiga data até hoje encontrada para a cultura da planta nas Américas. A descoberta foi descrita em dois artigos publicados esta semana na versão on-line da revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences. Há anos, existem controvérsias sobre o ancestral selvagem do milho e quando e onde ele foi domesticado pela primeira vez.

A cada estudo publicado, a data do primeiro registro de plantio do grão no continente se torna mais distante. De acordo com Anthony Ranere, um dos responsáveis pela pesquisa, estudos recentes confirmam que o milho foi domesticado originalmente a partir de uma espécie de teosinto, gramínea selvagem que cresce no México, na Nicarágua e na Guatemala.

Aquela que mais se assemelha ao milho, a espécie Balsas teosinte, é nativa da região central do Vale do Rio Balsas, no sudoeste mexicano. Ranere, da Universidade Temple, e Dolores Piperno, do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, ambos nos Estados Unidos, coordenaram uma pesquisa de campo no vale do Balsas em busca de registros de ocupação humana entre 9 mil e 8 mil anos atrás. Apesar das evidências biológicas do parentesco do teosinto com o milho, até então não haviam sido feitos estudos arqueológicos sobre a sua domesticação.

Após escavação em uma área rochosa conhecida como Xihuatoxtla, os cientistas descobriram ferramentas de pedra de, pelo menos, 8.700 anos atrás. "Nós encontramos amido de milho em quase todas as ferramentas analisadas", disse Ranere. "Também encontramos vegetais fossilizados que vêm do milho ou da espiga de milho e, já que o teosinto não tem espigas, nós sabíamos que alguma coisa havia mudado a partir da sua forma selvagem". Segundo o pesquisador, apesar das novas evidências, será necessário realizar muitos outros estudos na região do Balsas central para investigar períodos anteriores, quando o teosinto passou a ser explorado e, posteriormente, cultivado pelas antigas populações humanas.

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