Ao longo de vários anos, pesquisas científicas realizadas em laboratórios colaboraram para o desenvolvimento de técnicas de cruzamento, para criar animais com características melhoradas em relação aos seus antecedentes. Um exemplo bem sucedido entre peixes é o tambacu, híbrido existente na piscicultura nacional há mais de 15 anos.
Derivado da fêmea do tambaqui (Colossoma macropomum) e do macho do pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus), o tambacu herdou o crescimento rápido do primeiro e a capacidade do segundo de tolerar baixas temperaturas, como águas a menos de 20 graus célsius. Contudo, é importante ressaltar que a criação do híbrido deve ser controlada. Se liberado no meio ambiente, não há informações sobre o que resultaria o cruzamento do tambacu com exemplares puros. Um risco que se teme é o surgimento de gerações de peixes com pouca aptidão para reproduzir. O tambacu possui taxa de fertilidade menor que 4%, muito baixa para manter a população da espécie.
Dos ascendentes nativos oriundos de água doce, ainda foram transmitidas ao tambacu características como rusticidade e resistência a doenças. Somado à vantagem de se dar bem em criações, o tambacu também oferece carne saborosa e de textura leve, combinação ideal para pequenas propriedades instaladas próximas a mercados cativos. Além de fonte de alimento saudável, o peixe é bastante procurado para povoar lagos de estabelecimentos de pesque-e-pague.
Tal qual o tambaqui e o pacu, ambos de grande importância para a pesca comercial, o tambacu é um peixe redondo e com escamas. No inverno, prefere manter-se nas partes mais fundas das águas devido à queda de temperatura. Nesse período, deve-se evitar o manejo do tambacu, pois, como todo peixe redondo, é vulnerável ao ataque de fungos. No entanto, se for o caso, o mais indicado é consultar um profissional com especialização no assunto para obter orientações necessárias. De outro lado, nos meses mais quentes, é um peixe bastante ativo.
Em um ano de cultivo, o tambacu atinge um quilo, peso com o qual muitos criadores já começam as vendas. No entanto, se esperar um ano e meio a dois anos, o peixe pode variar de dois a três quilos, com custo ainda baixo e maior rendimento de carne. O tambacu pode ser criado em lagos e viveiros, como tanques escavados.
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