15 junho 2009

Vazio sanitário da soja no Paraná começa nesta segunda-feira

O vazio sanitário da soja no Paraná começa nesta segunda-feira (15/06) em Assis Chateaubriand, oeste do estado. A medida fitossanitária pretende eliminar a ferrugem asiática, doença que ataca as plantas causando perdas econômicas significativas nas lavouras. Quase 10 anos depois do surgimento dos primeiros focos da doença no Brasil, a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - estima que a ferrugem asiática já provocou perdas de US$ 13,4 bilhões no país.

Esta é a segunda vez que o vazio sanitário da soja entra em vigor no Paraná, de 15 de junho a 15 de setembro. Conforme resolução da secretaria da Agricultura, não pode haver plantas vivas de soja, em plantio, resteva, parques, praças e, até mesmo, derramamento de grãos durante o transporte, pois pode ocorrer a germinação dos grãos. O vazio sanitário é uma medida fitossanitária recomendada pela pesquisa, que orienta a eliminação do hospedeiro - a soja - para se eliminar o fungo causador da ferrugem, que provoca queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade das lavouras.

Benefícios do vazio sanitário

Segundo a pesquisadora Claudia Godoy, do Centro da Embrapa Soja, em Mato Grosso do Sul, no Paraná e no norte de Santa Catarina, a adoção do vazio sanitário vem gerando resultados animadores aos produtores. Na área plantada com soja acompanhada pela Coamo – Cooperativa Agropecuária de Campo Mourão - a média de aplicação de fungicidas decresceu. Esse número, que atingiu 2,3 vezes a aplicação em 2006/2007 durante o ciclo de desenvolvimento da planta, caiu para 1,8 vez na safra 2007/2008 e para 1,3 vez a aplicação nesta safra 2008/2009.

A prática do vazio sanitário também está se revelando mais eficiente que a simples aplicação de fungicidas. Segundo a Embrapa Soja, algumas populações do fungo causador da ferrugem asiática estão menos sensíveis aos fungicidas. Portanto, os produtos utilizados para combater a doença não são tão eficientes quanto no passado. “Os triazóis, sozinhos, eram muito bons, até como curativos. Hoje não têm tanta eficiência”, diz Claudia.

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