O comércio ilegal de sementes representa grande entrave para o comércio internacional do setor, pois dissemina pragas e doenças nas lavouras e inibe os investimentos em pesquisa de novas sementes. Essa é a conclusão do último dia do II Congresso de Sementes das Américas, que terminou nessa quarta, dia 30, em Atibaia (SP).
Jean Pierre Possa, presidente da Associação de Sementes das Américas (SAA), destacou que é preciso que os países respeitem a propriedade intelectual para fortalecer o comércio internacional e evitar problemas para os exportadores. A entidade organiza o evento ao lado da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).
- Semente é veículo de tecnologia, enquanto semente pirata é veículo de doenças e de baixa tecnologia, o que, por sua vez, representa baixa produtividade. Há tanta pesquisa, ciência e tecnologia em uma semente legal, que é irresponsável sua multiplicação sem os cuidados e amparos legais necessários - observou Ywao Miyamoto, presidente da Abrasem.
Miyamoto explicou que a agricultura evolui rapidamente, mas as doenças das lavouras também avançam. Segundo ele, há 30 anos, as pragas das lavouras eram muito diferentes e menos agressivas que as de hoje.
- A tecnologia precisa avançar porque as doenças também avançam. Semente não é grão que germina. Ela é como um chip, que contém a tecnologia. E as pesquisas são importantes porque acompanham as mudanças climáticas e as novas resistências a doenças. Tecnologia boa hoje, certamente será obsoleta amanhã - concluiu o presidente da Abrasem.
Para Diego Risso, da Associação de Obtentores de Vegetais do Uruguai, é preciso que haja a participação de todos os setores envolvidos: obtentores, multiplicadores, produtores e indústria.
- O constante aporte de novas variedades ao sistema é fundamental para a saúde do agronegócio - afirmou.
Para a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto), é preciso respeitar a propriedade intelectual das sementes, para que mais pesquisas encontrem meios de aumentar ainda mais a produtividade e reduzir os custos.
- O estímulo à pesquisa deve ser visto pelo produtor como um investimento no futuro de sua produção. Comprar semente ilegal significa pagar por um produto sem qualidade, sem garantia e, mais perigoso ainda, com risco de contaminar o restante da produção - alerta Marcos Roveri, diretor executivo da entidade.
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