05 outubro 2009

Plantios de eucalipto vulneráveis ao percevejo bronzeado

Essa praga, de origem australiana foi encontrada na África em 2004 apresentando grande potencial de dano, como a desfolha e clorose nas árvores. E, desde novembro de 2005, já estava em áreas nos arredores de Buenos Aires, na Argentina e também no Uruguai.

Em fevereiro de 2008 foi detectada no Brasil, em Jaguariúna, sem a manifestação de danos esperados para o verão. Foi encaminhado, então, um alerta fitossanitário pelo Protef para várias empresas florestais sobre o possível risco de introdução nas plantações localizadas em regiões fronteiriças.

Para prevenir o controle da praga, inclusive, em plantações do nordeste, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna, São Paulo, Luiz Alexandre Nogueira de Sá propôs o controle biológico dessa praga por meio da importação de vespinhas e parasitóides provenientes da Austrália ou África do Sul. “Inicialmente, esse é o método de controle mais adequado e menos impactante no ecossistema florestal. Planejamos a importação e criação em laboratório e posterior liberação nos hortos florestais de eucalipto do parasitóide Cleruchoides noackae, conhecido como um mirmáride”, informa Sá.

O pesquisador explica que a praga mede cerca de três milímetros e coloca seus ovos sobre as folhas. Quando eles eclodem, as ninfas passam a sugar a seiva da planta. Inicialmente, as folhas atingidas ficam esbranquiçadas. Com o tempo, a planta passa a tons marrons ou avermelhados. Daí o nome do inseto de percevejo “bronzeado”. Quanto à sua biologia, a reprodução é sexuada - presença de machos e fêmeas. Cada fêmea pode ovipositar 60 ovos, em média. Os ovos são pretos e colocados agrupados na folha. A fase ninfal dura aproximadamente 35 dias, podendo ter várias gerações ao longo do ano, quando o clima é favorável ao inseto. O dano se verifica com a queda de folhas, que pode ser total nas plantas mais suscetíveis, como a espécie Eucalyptus camaldulensis.

Por enquanto, a praga tem atuação maior nos estados do sul e sudeste. Uma vistoria dos técnicos confirmou a presença do inseto em Campinas, na região do Aeroporto Internacional de Viracopos e no entorno de São Paulo, principalmente na região de Barueri e em outros municípios do estado como Itu, Sorocaba, Piracicaba, Santa Bárbara do Oeste, Limeira, Anhembi, Botucatu e Avaré. A ação do inseto parece seguir o traçado das rodovias, por isso a tendência é que se espalhe pelo oeste paulista, além de poder atingir os estados do Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

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